terça-feira, 13 de novembro de 2012

Arena Corinthians: a tecnologia e a velha rivalidade




Ainda ontem, no grupo do qual participo chamado “Apenas Corinthians” li uma postagem sobre matéria veiculada pelo jornal Folha de S.Paulo, que tratava da identidade do projeto da Arena Corinthians, com as questões históricas e de rivalidade.

Um dos tópicos era o fato de o piso estar a 777 metros acima do nível do mar, numa alusão ao endereço do clube, Rua São Jorge, 777, e também à conquista do Campeonato Paulista de 1977. Outro item dava conta de que a vidraçaria e até a grama que estaria no campo não teria a cor verde. Para os vidros parece que encontraram uma solução e vão importar as peças da Itália – espero ter lido errado, pois, embora acredite que a parte boa do país do velho continente tenha suas raízes ligadas ao corinthianismo, muitos torcedores do nosso rival também reivindicam essa condição. Devíamos ter encontrado a solução na China, no Japão ou na Esbórnia. Já para o gramado a saída foi adotar, segundo a reportagem, um tom de verde-escuro que se aproxima do preto.

Acho tudo isso muito interessante e sou totalmente favorável à exploração da rivalidade saudável dentro do futebol. Aproveito para deixar aqui o meu recado em canal aberto, uma vez que já citei essas linhas aos responsáveis pelos departamentos e até hoje não obtive êxito. Que façam uma cartilha para todos àqueles que integram o nosso clube: dos prestadores de serviço, passando pelos funcionários diretos, chegando aos esportes amadores e terminando no futebol profissional. Que nesse caderno seja obrigatório o conhecimento dos principais fatos históricos do clube, sua origem, suas conquistas... Isso se faz necessário uma vez que a diretoria assume a premissa de evitar o uso da cor verde nas obras da nossa futura casa, então que seja imperativo que a mesma seja vetada nos uniformes daqueles que trabalham, prestam serviço ou jogam pelo clube.

No domingo, dia 11 de outubro, presenciei uma competição de futsal da categoria “Mamadeira”, formada por mini-atletas, no ginásio. Causou-me estranheza ver que dentro de quadra os jogadores que compunham o elenco alvinegro, pelo menos cinco deles estavam com calçados da tonalidade que tanto tentamos eliminar do estádio.

Isso pra mim é trabalho de base, de orientação, de formação, obrigação de diretor. Tão importante quanto às questões técnica e física, ligadas à tradição e a disciplina.

No profissional penso da mesma forma. Mas alguém já olhou para os pés dos atletas que tão bem tem nos representado ultimamente? Alguns, indiscriminadamente, têm sido adornados por chuteiras verdejantes.



Deixo aberto o debate. Ou abraçamos a posição e a seguimos à risca ou libera de vez. Afinal, também é possível defender a tese de que a cor não é exclusividade do adversário. Que, aliás, o tal verde nem era a sua cor de origem, que na verdade era azul e foi alterada em função da 2ª Guerra Mundial.

Peço, porém, que tenham critérios, pois do contrário a tradição e a história ficarão sem sentido. O que não dá pra ser é Denorex!

Em 1987, quando a Gaviões da Fiel ainda participava da categoria Bloco Especial, no carnaval paulista, o tema era Do Jeito que Vier eu Traço, uma crítica ao domínio da língua estrangeira no nosso dia a dia, passando por letreiros que traziam palavras grafadas em inglês. Um dos carros alegóricos era o X-Salada [ou se preferirem, Cheese Salada], que ostentava um enorme sanduíche alegórico. Até um dia antes do desfile a folha de alface do quitute era verde. Na Avenida Tiradentes, já no desfile, a tal verdura apareceu amarela. Juro que não tenho nada a ver com isso! Talvez a cor tenha sido alterada porque o produto ficou fora da geladeira, ou algum romântico resolveu, com uma latinha de “spray” em punho, dar uma pitada acentuada de mostarda no sanduba, que então amarelou...

Ernesto Teixeira – A voz da Fiel

Torcedor corinthiano; sócio, intérprete e compositor da Gaviões (8.005); sócio do Corinthians (305.216); suplente a conselheiro do Corinthians; idealizador do Comitê de Preservação da Memória Corinthiana (CPMC); colaborador da Rádio Coringão;
Formado em Gestão Desportiva e de Lazer pela Faculdade Drummond

Um comentário:

  1. Essa questão da aversão a cores do rival tambem acontecem em outros clubes e até em outros segmentos, como o Duelo do Boi,em Parintins. No Gremio, o Papai Noel se veste de azul. No Internacional não se utiliza o azul em nenhuma situação. A questão da chuteira verde é emblemática e poderia ser evitada. Antigamente no Corinthians não se podia entrar com camisa de nenhum clube que não fosse o Corinthians, quanto menos o verde. Em 2007, um cidadão teve a pachorra de entrar com a camisa do Goias, desfilou pelo clube, mas passou pelas catracas. Ou a gente bane o verde de uma vez, incluindo chuteira, grama, etc ou então passamos a utilizar da inteligencia racional e deixamos de ser tão implicantes

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