Bebendo e clicando torcedor traz receita para o clube
Sem entrar no mérito dos malefícios trazidos pelas campanhas que incentivam o consumo de drogas, em especial às bebidas alcoólicas, embora o produto em questão sempre teve lobby de seus fabricantes para que fosse considerado “alimento”, a partir da próxima segunda-feira, quando no estádio do Pacaembu, onde fica o Museu do Futebol, será lançada o novo patrocinador do G4, o torcedor terá ainda mais importância na rentabilidade do seu clube de coração.
A Ambev, controladora de várias marcas de cerveja, toma o lugar da Kaiser, administrada pela Femsa, como patrocinadora de Corinthians, Santos, Palmeiras e São Paulo. Mas apenas a cerveja Brahma é que será o foco das ações comerciais, continuando a Coca-cola, também da Femsa como produto oficial do G4.
Nesta troca de anunciantes o torcedor será chamado à responsabilidade e poderá aumentar a receita do seu clube de coração, ainda que isso possa trazer-lhe alguns transtornos, que obvio, não serão compensados nem pelo clube e muito menos pelo fabricante de cerveja.
Uma campanha em rede social, o Facebook, vai mensurar a quantidade de fãs de cada um dos clubes para então fazer o rateio do fundo abastecido por R$0,01 arrecadado em cada lata de cerveja consumida. E justo, o clube que tiver mais fãs, ficará com uma parte maior da grana.
Acho importante e interessante o torcedor ter esse papel. Ele que é a mola mestra do esporte movido pela sua paixão --- e aí é o ponto que dirigentes e marqueteiros precisam que dar maior atenção. Afinal essa mesma paixão é que conduz o torcedor a atos que visam demonstrar seu amor e comprometimento com seu clube e que podem ser traduzidos em loucura, ou até mesmo vistos como insanidade.
Ao contrário dos traficantes que não se importam com o fim de seus “clientes”, que muitas vezes tem a vida ceifada por overdose ou morte violenta, os homens de marketing do futebol precisam estar atentos a não levar sua principal fonte de receita, o torcedor, para o mesmo fim.
Por outro lado, penso que uma vez que o torcedor é a cada dia mais convocado a dar sua contribuição com ações voltadas ao consumo de produtos que levam a marca de seus clubes, além de ter que arcar com o custo dos ingressos para poder ver os jogos in loco, para aqueles que preferem professar sua fé nos templos, os estádios de futebol; e também para os que por outros motivos acompanham pelos canais de televisão fechados, pagando também o preço para torcer virtualmente; devem também ter maior participação nas decisões na vida política e administrativa de seus clubes de coração.
Torço e trabalho para que cheguemos a esse dia. Onde os torcedores, grande consumidores, também, além de sócios de seus clubes, aqueles que detém títulos patrimoniais, possam ser acionistas e como tal tenham o direito e opinar e decidir sobre o destino de sua paixão. E tenho certeza, os dividendos o apaixonado torcedor sempre vai deixar aplicado no próprio clube, resgatando a parte a que tiver direito em novos produtos para continuar mantendo vivo o seu clube de coração.
Ernesto Teixeira – A voz da Fiel
Torcedor corinthiano; sócio, intérprete e compositor da Gaviões (8.005); sócio do Corinthians (305.216); idealizador do Comitê de Preservação da Memória Corinthiana (CPMC); colaborador da Rádio Coringão.
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