terça-feira, 22 de outubro de 2013

O que está acontecendo com a paixão do torcedor Corinthiano?


O Corinthians sempre foi considerado um dos clubes com a maior torcida do futebol brasileiro.

As pesquisas sempre o colocaram lado a lado com o Flamengo, que historicamente sempre contou com um enorme espaço nas mídias, em especial o rádio, transmitindo seus jogos, por longos anos para todo o território nacional.

O Corinthians, mesmo sem esse importante apelo seguiu tendo um grande contingente de aficionados, mesmo passando por um jejum de mais de 20 anos sem um título paulista.

Qualquer torcedor que acompanha o futebol conhece os grandes feitos da torcida corinthiana, que por sua dedicação ganhou o reconhecimento de FIEL.

O centenário futebol brasileiro ao longo dos anos passou por inúmeras transformações. Do amadorismo ao profissionalismo, das barreiras sociais à popularização, inclusive com a inserção de jogadores negros.

O futebol por anos viveu das arrecadações obtidas em seus jogos. Houve um tempo, motivando esse quesito que campeonatos, entre eles o Paulista, que clubes classificavam-se para fases subsequentes das competições baseados na renda trazida por sua torcida.

Na última década, um pouco menos talvez, oito anos, o departamento de marketing passou a ter um papel de destaque na vida do clube. Diversas ações foram desenvolvidas, algumas passando até por jogadores contratados. Uso de imagem, interação com o torcedor, campanhas e mais campanhas. Sócio Torcedor, Fiel Torcedor, etc...

Duvido que algum expert em marketing esportivo ouse levantar-se contra tudo isso. Ao contrário. Só vejo elogios. Novas ideias, campanhas, campanhas, campanhas...

Tudo isso acontecendo e levando o futebol, não apenas o Corinthians, a um universo elitizado. Afinal, sem exceção, todas as ações passam pelo consumismo. O chamado PRODUTO FUTEBOL.

E aí um tempero que alguns profissionais, em especial os ligados ao Corinthians, não estão conseguindo equacionar. Lembrando que o grande desafio é tornar sim o torcedor um FIEL CONSUMIDOR, mas não apenas em tempos de conquistas que é o que vem acontecendo.

Penso eu, em minha modesta opinião, que esses conceituados letrados, cultos e conhecedores das diversas experiências mundiais, alardeando constantemente exemplos de clubes europeus, estejam se esquecendo de um pequeno detalhe: A PAIXÃO DO TORCEDOR.

Se o futebol brasileiro chegou até aqui sem grandes estádios, arenas ou templos, passando o torcedor por toda a sorte para conseguir um ingresso, ir ao estádio e depois voltar ao seu lar, um único fator foi preponderante: O AMOR QUE ELE TEM PELO SEU CLUBE.

Então eu pergunto: onde está a Fiel nesse mercado econômico futebolístico?

Há alguns dias a Pluri divulgou uma pesquisa sobre a Fidelidade Financeira do torcedor. Nela o Corinthians aparece apenas em 7º lugar, atrás de Grêmio, Inter, Atlético (MG), Santa Cruz (PE), Atlético (PR) e Coritiba.

Agora vejo que em outra avaliação, do Movimento Por Um Futebol Melhor, usando o SÓCIO TORCEDOR como base, que também não somos os primeiros. No TORCEDÔMETRO do site estamos em 4º lugar. Veja a lista completa: Internacional, 107.246; Grêmio, 73.747; Santos, 53.467; Corinthians, 46.012; Cruzeiro, 39.013; Flamengo, 38.394; Palmeiras, 35.575; Atlético Mineiro, 24.832; São Paulo, 24.359; Fluminense, 20.918; Sport Recife, 20.689; Santa Cruz, 15.971; Vasco da Gama, 15.093; Bahia, 12.300; Botafogo, 11.190; Grêmio Osasco, 9.584; Joinville, 8.882; Figueirense, 7.623; Ponte Preta, 6.694; Vitória BA, 6.641; Avaí, 6.000; Ceará, 5.607; Fortaleza, 4.699; Ferroviário, CE, 3.041; Náutico, 2.576; ABC FC, 2.100; Guarani, 1.122; Portuguesa, 952; Remo, 795; América MG, 767; Campinense, 507 e Treze FC, 368.

Aí então me vem uma dúvida: o que está deixando o torcedor Corinthiano longe do seu clube nesse aspecto? Se somos 30 milhões, por que temos apenas 46 mil adimplentes como FIEL TORCEDOR? Sem muita análise já me arrisco dizer que o torcedor não quer apenas ser um consumidor. Ele não quer apenas pagar a conta, ou ter “descontos” em produtos em supermercados e prestadores de serviço. Ele, o Corinthiano, me arrisco dizer, quer futebol, quer Corinthians. E nesse aspecto, como torcedor, como participante ativo desse segmento digo: faltam ações que movimente a PAIXÃO.

Voltemos no tempo e vejamos que quando não havia sequer o departamento de MARKETING, a FIEL se aglomerava nas bilheterias dos estádios ávida para ver o time em campo. E olha que muitas vezes o time do Corinthians tinha muito mais guerreiros, jogadores voluntariosos do que craques.

Eis o desafio. Se quiserem estamos cedendo consultoria nesse aspecto. Mas vamos querer em troco pelo menos o reconhecimento dos projetos que vamos apresentar.

Em tempo: os detentores dos direitos dos serviços e produtos, mesmo com esse quadro, onde não estamos em primeiro, ao que me consta vão muito bem obrigado. Quem não está ganhando mesmo, pelo menos diante daquilo que necessita para tocar seus compromissos e ampliar seus horizontes é o clube.

Confira os links onde estão essas informações:

Saudações Corinthianas!
Ernesto Teixeira – A voz da Fiel: Torcedor corinthiano; sócio, intérprete e compositor da Gaviões (8.005); sócio do Corinthians (305.216); suplente a conselheiro do Corinthians; idealizador do Comitê de Preservação da Memória Corinthiana (CPMC); colaborador da Rádio Coringão; membro da Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo (ACEESP) e da Associação Brasileira dos Cronistas Esportivos (ABRACE).
Formado em Gestão Desportiva e de Lazer pela Faculdade Drummond

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