O Corinthians sempre foi considerado um dos clubes
com a maior torcida do futebol brasileiro.
As pesquisas sempre o colocaram lado a lado com o
Flamengo, que historicamente sempre contou com um enorme espaço nas mídias, em
especial o rádio, transmitindo seus jogos, por longos anos para todo o
território nacional.
O Corinthians, mesmo sem esse importante apelo
seguiu tendo um grande contingente de aficionados, mesmo passando por um jejum
de mais de 20 anos sem um título paulista.
Qualquer torcedor que acompanha o futebol conhece
os grandes feitos da torcida corinthiana, que por sua dedicação ganhou o
reconhecimento de FIEL.
O centenário futebol brasileiro ao longo dos anos
passou por inúmeras transformações. Do amadorismo ao profissionalismo, das
barreiras sociais à popularização, inclusive com a inserção de jogadores
negros.
O futebol por anos viveu das arrecadações obtidas
em seus jogos. Houve um tempo, motivando esse quesito que campeonatos, entre
eles o Paulista, que clubes classificavam-se para fases subsequentes das
competições baseados na renda trazida por sua torcida.
Na última década, um pouco menos talvez, oito anos,
o departamento de marketing passou a ter um papel de destaque na vida do clube.
Diversas ações foram desenvolvidas, algumas passando até por jogadores
contratados. Uso de imagem, interação com o torcedor, campanhas e mais
campanhas. Sócio Torcedor, Fiel Torcedor, etc...
Duvido que algum expert em marketing esportivo ouse levantar-se contra tudo isso. Ao
contrário. Só vejo elogios. Novas ideias, campanhas, campanhas, campanhas...
Tudo isso acontecendo e levando o futebol, não
apenas o Corinthians, a um universo elitizado. Afinal, sem exceção, todas as
ações passam pelo consumismo. O chamado PRODUTO FUTEBOL.
E aí um tempero que alguns profissionais, em
especial os ligados ao Corinthians, não estão conseguindo equacionar. Lembrando
que o grande desafio é tornar sim o torcedor um FIEL CONSUMIDOR, mas não apenas
em tempos de conquistas que é o que vem acontecendo.
Penso eu, em minha modesta opinião, que esses
conceituados letrados, cultos e conhecedores das diversas experiências
mundiais, alardeando constantemente exemplos de clubes europeus, estejam se
esquecendo de um pequeno detalhe: A PAIXÃO DO TORCEDOR.
Se o futebol brasileiro chegou até aqui sem grandes
estádios, arenas ou templos, passando o torcedor por toda a sorte para
conseguir um ingresso, ir ao estádio e depois voltar ao seu lar, um único fator
foi preponderante: O AMOR QUE ELE TEM PELO SEU CLUBE.
Então eu pergunto: onde está a Fiel nesse mercado
econômico futebolístico?
Há alguns dias a Pluri divulgou uma pesquisa sobre
a Fidelidade Financeira do torcedor. Nela o Corinthians aparece apenas em 7º
lugar, atrás de Grêmio, Inter, Atlético (MG), Santa Cruz (PE), Atlético (PR) e
Coritiba.
Agora vejo que em outra avaliação, do Movimento Por
Um Futebol Melhor, usando o SÓCIO TORCEDOR como base, que também não somos os
primeiros. No TORCEDÔMETRO do site estamos em 4º lugar. Veja a lista completa:
Internacional, 107.246; Grêmio, 73.747; Santos, 53.467; Corinthians, 46.012; Cruzeiro, 39.013; Flamengo, 38.394; Palmeiras,
35.575; Atlético Mineiro, 24.832; São Paulo, 24.359; Fluminense, 20.918; Sport Recife,
20.689; Santa Cruz, 15.971; Vasco da Gama, 15.093; Bahia, 12.300; Botafogo, 11.190;
Grêmio Osasco, 9.584; Joinville, 8.882; Figueirense, 7.623; Ponte Preta, 6.694;
Vitória BA, 6.641; Avaí, 6.000; Ceará, 5.607; Fortaleza, 4.699; Ferroviário, CE,
3.041; Náutico, 2.576; ABC FC, 2.100; Guarani, 1.122; Portuguesa, 952; Remo, 795;
América MG, 767; Campinense, 507 e Treze FC, 368.
Aí então me vem uma dúvida: o que está deixando o
torcedor Corinthiano longe do seu clube nesse aspecto? Se somos 30 milhões, por
que temos apenas 46 mil adimplentes como FIEL TORCEDOR? Sem muita análise já me
arrisco dizer que o torcedor não quer apenas ser um consumidor. Ele não quer apenas
pagar a conta, ou ter “descontos” em produtos em supermercados e prestadores de
serviço. Ele, o Corinthiano, me arrisco dizer, quer futebol, quer Corinthians.
E nesse aspecto, como torcedor, como participante ativo desse segmento digo:
faltam ações que movimente a PAIXÃO.
Voltemos no tempo e vejamos que quando não havia
sequer o departamento de MARKETING, a FIEL se aglomerava nas bilheterias dos
estádios ávida para ver o time em campo. E olha que muitas vezes o time do
Corinthians tinha muito mais guerreiros, jogadores voluntariosos do que
craques.
Eis o desafio. Se quiserem estamos cedendo
consultoria nesse aspecto. Mas vamos querer em troco pelo menos o
reconhecimento dos projetos que vamos apresentar.
Em tempo: os detentores dos direitos dos serviços e
produtos, mesmo com esse quadro, onde não estamos em primeiro, ao que me consta
vão muito bem obrigado. Quem não está ganhando mesmo, pelo menos diante daquilo
que necessita para tocar seus compromissos e ampliar seus horizontes é o clube.
Confira os links onde estão essas informações:
Saudações Corinthianas!
Ernesto Teixeira – A voz da Fiel: Torcedor corinthiano; sócio,
intérprete e compositor da Gaviões (8.005); sócio do Corinthians (305.216);
suplente a conselheiro do Corinthians; idealizador do Comitê de Preservação da
Memória Corinthiana (CPMC); colaborador da Rádio Coringão; membro da Associação
dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo (ACEESP) e da Associação
Brasileira dos Cronistas Esportivos (ABRACE).
Formado em Gestão Desportiva e de Lazer pela Faculdade Drummond
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