segunda-feira, 9 de julho de 2012

FUTEBOL BUSINESS: Ao patrocinador cabe patrocinar!





Ainda quando ocupava o cargo de diretor de futebol, o atual presidente Mario Gobbi passou por momentos de tensão no Parque São Jorge, provocados por uma declaração dando conta de que o futebol hoje é business, em português: negócios.


Boa parte da torcida, alguns levados pela emoção e outros, talvez por questões políticas, chegaram às vias de fato contra o então diretor dentro do clube, com cadeiras sendo atiradas sobre ele. Tudo porque Gobbi havia dito que "se fosse preciso, venderia atletas para fazer caixa para o clube".


Hoje, ocupando a posição sonhada pela maioria dos 30 milhões de loucos, a de presidente do Corinthians, Gobbi tem acesso a realidade de a quantas anda o numerário do clube; as negociações, o que é fato ou o que é boato. E uma coisa ele já sabe: dia 5 é a data para saldar os salários e muitas outras obrigações. Então, mais do que nunca, ele deve pensar que futebol é negócio!


Por conta disso, faço questão de esclarecer o meu ponto de vista. Hoje (9 de julho), ao assistir o programa Os Donos da Bola, na Band, comandado pelo ex-jogador Neto, vi que eles mostravam a camisa oficial do Corinthians com uma tarja preta no local onde está o nome do principal patrocinador: IVECO. O apresentador até chegou a dizer que a tarja foi colocada ali porque o patrocinador do time não era patrocinador do programa. Absurdo!


Poderíamos iniciar aqui um ciclo de debates para chegar a uma conclusão, mas prefiro ir direto ao problema. O clube se movimenta para conseguir alguém para estampar seu nome no uniforme. Negociações são feitas até se chegar a um contrato assinado. Óbvio que quem está do lado de lá, do patrocinador, está pensando em quanto seu nome será exposto, não apenas nas partidas, mas também na quantidade de peças comercializadas, quase que eternizadas - quantas Kalungas não vemos até hoje? -, e veiculadas em fotos e presença de atletas ou torcedores em programas esportivos.


Não se pode obrigar um programa esportivo a citar um patrocinador do clube, afinal eles também correm atrás dos seus apoiadores. Mas deve existir um limite ético que, no mínimo, impeça quem quer que seja de alterar nome em narração ou o que me parece mais grave, adulterar o uniforme, pois a tarja preta não faz parte da indumentária do Corinthians. Sendo assim, penso que os departamentos jurídicos do clube, em conjunto com o marketing e a própria comunicação entrem na questão.


Se por um lado a imprensa tem por lei o direito de cobrir um evento e de comentar sobre um clube, por outro, esse mesmo clube tem a obrigação, até por coerência e sobrevivência, de prestigiar seus patrocinadores.


Há muitos anos essa prática foi usada por veículos impressos como os do Grupo Folha, que nas fotos colocavam a tal tarja preta sobre o nome de anunciantes ou das marcas de produtos. A parte gráfica dos jornais perdia muito com isso, parecendo uma publicação cheia de rasuras. Porém, essa mesma imprensa cobra o incentivo das empresas ao esporte. Então, como sanar esse perrengue? Sinceramente não tenho nesse momento a resposta exata. Mas apenas acredito que o clube deva fazer prevalecer os seus interesses. Ao mesmo tempo que “não cobramos” para permitir que falem de nós - já disse acima, a Lei de imprensa dá um certo direito aos órgãos de comunicação -, por outro também deve ter a contrapartida. E essa contrapartida, nesse instante, é a divulgação dos nossos produtos, camisas e outros licenciados, sem nenhuma alteração.


Vamos ao diálogo e ao consenso! Não havendo cada qual que defenda o seu. Lembrando: a FIEL quer o Corinthians bem! E o discurso colocado de forma honesta pode até fazer com que a audiência migre. Basta o Corinthians conclamar, repito de forma límpida, o quão é importante que o nome desses investidores tenham exposição nas mídias.


Dentro do espírito de Liberdade de Imprensa e da plena democracia vale deixar claro que ninguém é obrigado a falar do Corinthians em nenhum programa. Mas se o fizer que o faça respeitando seus acordos e aquilo que está oficializado pela sua direção!


E ainda querem vender o nome do estádio. O "Odebrechão" tem que aproveitar hoje com a matérias ao vivo, pois amanhã...




Saudações Corinthianas!

Ernesto Teixeira – A voz da Fiel
Torcedor corinthiano; sócio, intérprete e compositor da Gaviões (8.005); sócio do Corinthians (305.216); idealizador do Comitê de Preservação da Memória Corinthiana (CPMC); colaborador da Rádio Coringão.
Formado em Gestão Desportiva e de Lazer pela Faculdade Drummond

3 comentários:

  1. Ao que parece você confunde o corinthians com o patrocinador. O que você não concordou foi a camisa ser mostrada com o nome do patrocinador escondido? Foi a "alteração" da camisa? E se fosse mostrada uma camisa antiga, com o nome do patrocinador antigo? Entenda que os acordos realizados pela direção do clube não tem valor ou efeito para terceiros, como os meios de comunicação.
    Ahhh, e só para esclarecer: a Lei de Imprensa foi declarada inconstitucional desde 2009. Ninguém mais cita essa lei, viu?

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  2. Ernesto, eu fiquei surpreso com isso ontem, quando o Neto mostrou a camisa sem o patrocinador. Isso não existe, o que ele fez foi mera frescura por iniciativa dele. Alias, ele não fez o mesmo quando vestiu a camisa do Santos, por exemplo. Mais uma nota zero para o conselheiro José Ferreira Neto

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  3. Muito bem lembrado o fato da Kalunga, que ficou imortalizada até hoje e sempre aparece.

    Me lembro também do antigo jornal "A Gazeta Esportiva" que apagava patrocinadores com [acreditem!] corretor de texto, o famoso "branquinho"...!

    Mauro Amaral
    www.xadreztotal.com.br

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